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Textos sobre Agricultura madeirense no Diário de Notícias da Madeira (1.ª série, quinzenal - de 9.9.2007 a 13.6.2010; 2.ª série, mensal, de 30.1.2011 a 29.1.2017; 3.ª série, mensal de 26.2.2017 a ...)
Este texto foi publicado no dia 16 de Março de 2008, na revista "Mais" do Diário de Notícias. O inhame marca presença nas mesas madeirenses pela Páscoa. Contudo, a colheita inicia-se em Janeiro e decorre até Abril, aproveitando-se as folhas para a alimentação do gado. Este tubérculo foi plantado um ano antes e alguns deles, os maiores, estiveram dois anos na terra. As variedades mais usadas na Região são o inhame "branco" e o inhame "vermelho" ou "roxo". O primeiro "gosta" de lugares com muita água como os leitos das ribeiras e dos ribeiros ou sítios, onde haja água em abundância e, o segundo, adaptando-se a terrenos secos, deve ser irrigado frequentemente. Há outra variedade menos cultivada, mas de boa qualidade denominada "De enxerto". Na Madeira, não se conhecem pragas ou doenças que afectem esta cultura, considerando-se por isso rústica. Para propagar este tubérculo, os agricultores usam pequenos pedaços da parte superior do mesmo, com um rebento já desenvolvido. O plantio realiza-se de Janeiro a Fevereiro e por vezes, é consociado com outros cultivos, como por exemplo, o milho. Existe um pouco por toda a Madeira, com destaque para o concelho de Santana. No "Elucidário Madeirense" do Pe. Fernando Augusto da Silva e Carlos Azevedo de Meneses, diz-se que o inhame foi introduzido em 1640. Hoje, sabe-se que a origem do inhame é asiática, mais concretamente do sudeste asiático. Antes de ser degustado, o inhame "branco" passa por uma cozedura de mais de cinco até dez horas, enquanto o inhame "vermelho" ou "roxo" tem um tempo de cozedura semelhante ao da semilha. Além disso, os apreciadores elegem o "vermelho" como o mais saboroso e o que "pica" menos. É consumido como acompanhamento, cozido ou ligeiramente frito e há ainda quem lhe adicione mel de cana.
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