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Textos sobre Agricultura madeirense no Diário de Notícias da Madeira (1.ª série, quinzenal - de 9.9.2007 a 13.6.2010; 2.ª série, mensal, de 30.1.2011 a 29.1.2017; 3.ª série, mensal de 26.2.2017 a ...)
Este texto foi publicado no dia 25 de Novembro de 2012, na revista "Mais" do Diário de Notícias. O Funchal sempre teve e tem uma vertente agrícola bem vincada, desde o seu centro até às zonas altas. A maioria das casas têm jardins com flores e algumas possuem terrenos cultivados com hortícolas, bananeiras ou pomares. É claro que na última década, resultante da expansão urbana, esse verde agrícola tornou-se menos visível. No entanto, uma das imagens de marca do Funchal do passado e do presente, é justamente essa mistura de edifícios e arruamentos com os terrenos agricultados, que proporcionam uma paisagem ímpar, quer para o residente, quer para o visitante, assumindo igualmente um relevante papel económico e social. O Município do Funchal consciente da importância da actividade agrícola numa urbe, iniciou em Agosto de 2005, no Jardim Público da Ajuda, freguesia de São Martinho, os primeiros sete lotes de hortas urbanas municipais. Decorridos mais de sete anos, segundo a autarquia, esse número atingiu quase o meio milhar de hortas e uma área total que já ultrapassa os 32.000 metros quadrados, distribuída pelas freguesias de São Martinho, Santa Maria Maior, São Pedro, Santo António, São Roque e São Gonçalo. Num tempo de contenção financeira para as famílias, possibilitar a obtenção de produtos agrícolas para melhorar a sua alimentação, é certamente uma maneira de atenuar as dificuldades do dia-a-dia e de ocupar salutarmente as pessoas que ali dedicam parte do seu tempo e esforço. O Restaurante Bay View do Hotel Four Views Baía (telefone: 291700200, com página no facebook), está situado na Rua das Maravilhas, número 74, no Funchal. Em 2005, o grupo Four Views Hotels, constituído por empresários madeirenses, adquire o antigo Hotel São João e renova-o, tal como hoje é conhecido. O Chefe de Cozinha Executivo deste grupo hoteleiro, Octávio Freitas, exerce essas funções desde Março de 2009 e defende o uso dos produtos regionais numa cozinha de qualidade, assente numa visão epicurista, isto é, na procura pelos prazeres dos sentidos, quando se desfruta de um prato por ele confeccionado. Uma das entradas que pode experimentar, é o creme de castanhas com bolhão de gambas ou umas vieiras salteadas com creme de cenoura e erva caninha. Como prato principal, um robalo em crosta de puré de azeitonas com malandrinho de funcho ou um chambão de cordeiro longa cozedura com purés de batata doce e maçã braseada. A fechar, uma panna cotta de broa de mel com caramelo de açafrão e coentros ou uma tentação de chocolate com azeite de malaguetas e flor de sal. Se estiver indeciso e aceitar uma experiência proposta pelo Chefe de Cozinha, terá um menu "às cegas" (sem direito a escolha), com iguarias harmonizadas com vinhos seleccionados. Já aqui foi mencionado noutros artigos, que é importante ter produtos agrícolas locais de elevada frescura e qualidade, que vão garantir o sucesso de um prato. Octávio Freitas corrobora dessa ideia e por isso, coordena e gere duas hortas de produção biológica localizadas em dois hotéis do grupo, onde se cultivam à volta de 40 referências de ervas aromáticas e hortícolas como o funcho, o anis, a alfazema, o tomilho limão, o cebolinho, a couve, a cebola, o tomate, o inhame, a rúcula, entre outras. O lema “é da terra que nasce o prato” está bem patente e é motivo de inspiração para a criação de manjares e deleite do comensal.
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