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Este texto foi publicado no Diário de Notícias, no dia 25 de Setembro de 2022.

No âmbito do III Congresso "São Jorge – Memória e Futuro" e sob o lema "Criar Valor a Norte", realizou-se naquela localidade nortenha do concelho de Santana, nos dias 18 e 19 de Agosto, duas mesas-redondas, uma com a presença dos Presidentes de Câmara de Santana, São Vicente e Porto Moniz, o que foi um encontro inédito e outra com os Presidentes de Junta de Freguesia do município de Santana. Pela parte do Governo Regional, a Secretária Regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, Professora Susana Prada, interveio com a comunicação "Território e Desenvolvimento", tendo na ocasião sido apresentada publicamente, uma sugestão de criação das "Rotas do Rincão Florido" e do Centro Interpretativo da Freguesia de São Jorge, da autoria do Engenheiro Técnico Agrário José António Branco de Freitas. São Jorge está bem servida de acessos rodoviários e pedonais, com manchas de Laurissilva, ribeiros com lagoas e cascatas e uma paisagem humanizada peculiar. A existência de miradouros proporciona vistas magníficas daquele lugar e das localidades vizinhas. O rico património edificado como o moinho e a serra movidos a água, estão recuperados e em óptimo estado de conservação. Porém, a desertificação populacional comum a toda a costa norte, é um facto preocupante que importa contrariar e reter para que os jovens possam regressar àquela terra e continuar a preservar o legado dos seus antepassados. Os objectivos que dão corpo a esta proposta visam sobretudo «atrair e fixar jovens em São Jorge, de modo que aumente progressivamente os residentes na freguesia; desenvolver um ecossistema natural, social, cultural e económico capaz de atrair cada vez mais turistas e residentes; promover a criação de emprego nas várias valências que serão necessárias para a implementação das Rotas», bem como acrescentar valor e promover o rico património edificado e paisagístico de São Jorge, entre outros.

No que diz respeito ao Centro Interpretativo, a construir no antigo campo de futebol, entretanto abandonado, situado no sítio da Felpa, este teria as seguintes funções: recepção e acolhimento, com Vigilantes da Natureza disponíveis para acompanhar os visitantes e dar as informações sobre a fauna e flora locais, nos percursos pedestres, guardas-florestais para assegurarem a segurança dos que procuram os vários percursos, a disponibilização de um parque de estacionamento e outras mais-valias que vão ao encontro das necessidades do visitante nos dias de hoje. Dos percursos pedestres que se poderão fazer, e que são recomendados para todos os interessados de acordo com a idade, o grau de deficiência ou que tenham alguma dificuldade de locomoção, e consoante as suas preferências pessoais, existem os seguintes lugares: Achada Felpa (como ponto de partida junto ao Centro Interpretativo a edificar), Levada do Rei, Ribeiro de Sebastião Vaz, Ribeiro Bonito, Achada do Vigário, Cascalho, Achada do Vigário, Felpa, Boca das Voltas, Ribeira Funda, Pico Canário, Eiras e Beira da Quinta. O Caminho Real n.º 23 que começa na Foz da Ribeira de São Jorge e acaba no Miradouro da Beira da Quinta, é um trilho que percorre toda a freguesia, quer na vertente mais natural, quer na vertente humanizada, mormente os terrenos agricultados e o património religioso como a Capela de São Pedro, a Igreja Matriz e o Museu do Barroco. A complementar o passeio a pé, o visitante poderá desfrutar de uma retemperadora refeição num dos restaurantes da localidade: O Cabo Aéreo, A Casa de Palha, O Lúcio Jardim, o Bolo do Caco e as Cabanas. No decurso do ano, a apanha de amoras, mirtilos e sabugueiro, assim como a sua transformação em doces e compotas são motivos de participação por parte dos turistas, dos residentes e dos alunos das escolas. A concretização deste projecto só será possível com o envolvimento da Secretaria Regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, do Instituto das Florestas e da Conservação da Natureza – RAM, do Município de Santana, da Junta de Freguesia local e igualmente dos cidadãos que tenham uma ligação a este território. É tempo de acrescentar valor àquilo que a Natureza nos deu e que o Homem ao longo dos séculos erigiu, para que aqui pudesse viver e ter pão para o seu sustento.
Saibamos tirar partido da principal actividade económica da Região, o turismo, e ofereçamos algo de diferente ao forasteiro, que certamente quererá ajudar a economia de uma freguesia marcadamente rural como é São Jorge.
Um bem haja ao autor da ideia, José António Branco pela sua visão e pelo seu amor e carinho à sua terra natal.

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publicado às 14:22


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