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Este texto foi publicado no Diário de Notícias, no dia 28 de Novembro de 2021.

No início do mês, entre os dias 4 e 6, tiveram lugar as Jornadas Técnicas da anona, maçã, batata-doce e do maracujá organizadas pelo ISOPlexis – Centro de Agricultura Sustentável e Tecnologia Alimentar da Universidade da Madeira (UMa) em parceria com a Secretaria Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural/Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, a Associação de Jovens Agricultores da Madeira e Porto Santo e a Associação de Produtores de Sidra da Região Autónoma da Madeira. A sessão de abertura contou com a presença do Reitor da UMa, Professor Doutor Sílvio Fernandes e do Secretário Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Dr. Humberto Vasconcelos, tendo o primeiro dia sido dedicado a um conjunto de conferências que se realizaram no Auditório do Colégio dos Jesuítas da UMa, no Funchal. Desse modo, assistiram-se às seguintes intervenções: "Património Agrícola Regional: o portal para que haja Futuro" pelo Engenheiro Paulo Santos, Director Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural; "O papel do ISOPlexis na Conservação dos Recursos Genéticos – Projecto PRODERAM 873.10.0.2" pelo Professor Doutor Miguel Ângelo Carvalho e pelo Dr. Gregório Freitas; "A anoneira na Madeira, uma cultura com história e valor!" pelo signatário deste artigo; "Produção sustentável de batata-doce. Boas práticas agrícolas" pela Professora Doutora Elvira Ferreira do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária; "Cultura do maracujá na Ilha de São Miguel" pelo Engenheiro Manuel Moniz da Ponte e a "Importância da preservação dos recursos genéticos/cultura/gastronomia/paisagem" pelo Professor Doutor Raul Rodrigues da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima (ESAPL). No final desse dia, houve lugar à apresentação do livro "Enxertia de árvores de fruto" daquele docente da ESAPL. Em traços gerais, todos os oradores realçaram a importância destes produtos na diversificação da oferta agrícola das regiões onde se inserem e no valor acrescentado para os agricultores, o comércio de hortofrutícolas e para outros sectores como o turismo. Nos dias 5 e 6 efectuaram-se várias acções técnicas de carácter prático cujas vagas dos participantes esgotaram rapidamente. A "Importância da escolha de cultivares de batata-doce: do produtor ao consumidor" pela Professora Doutora Elvira Ferreira, no Centro de Horticultura das Preces, em Câmara de Lobos, as "Enxertias de gomo dormente em macieiras" no Campo de Pés Mães contíguo ao Centro de Abastecimento Hortofrutícola dos Prazeres, no concelho da Calheta, pelo Professor Doutor Raul Rodrigues, os "Sistemas de condução, pragas e doenças da cultura do maracujá", na exploração agrícola de Margarida Fernandes, em São Vicente, pelo Engenheiro Manuel Moniz da Ponte e os "Amanhos culturais em verde na cultura da anona", no Centro de Fruticultura do Bom Sucesso, no Funchal, pelo Engenheiro Rui Nunes, Director de Serviços de Desenvolvimento Agronómico, proporcionaram momentos de troca de conhecimentos, esclarecimentos de dúvidas e de ideias. Dada a limitação de espaço desta página, destinarei as próximas linhas à conferência sobre o projecto PRODERAM 873.10.0.2 relativo à "Caracterização e Conservação dos Principais Recursos Genéticos Vegetais Tradicionais e Estratégicos da RAM".

Jornadas Técnicas anona, maçã, batata-doce e ma

(Direitos Reservados)

No ano em que se assinalam os 25 anos de actividade do ISOPlexis foram recordadas as suas quatro linhas de investigação: Monitorização Inteligente da Agrodiversidade nos Agrossistemas (MIA2), Conservação e Caracterização da Diversidade Agrícola (C2DA), Biorecursos, Biotecnologia e Bioeconomia (3B) e Tecnologias Agro-alimentares aplicadas aos Processos e Produtos (TecACP2). Estas orientações procuram responder aos desafios colocados pelas actividades transformativas do Domínio Estratégico da Agricultura, Alimentação e Bioeconomia. Sobre o projecto PRODERAM 873.10.0.2, a prospecção, inventariação e amostragem de batata-doce, cebola, anona e maracujá de variedades que não estão incluídas no Catálogo Nacional de Variedades (CNV), assim como o apoio à manutenção, multiplicação e gestão das colecções de germoplasma de dez espécies frutícolas e de duas espécies hortícolas, foram os objectivos que o nortearam. Por outro lado, tentou-se criar e melhorar as colecções de germoplasma já existentes, e identificar as árvores mães de onde se retira o material de propagação certificado para posterior fornecimento dos viveiristas aos agricultores madeirenses. Existe uma base de dados denominada Sistema de Informação e Documentação dos Recursos Genéticos para a Agricultura e Alimentação, que inventaria e documenta a agrodiversidade e os recursos genéticos agrícolas prioritários da Região, pretendendo dar resposta às necessidades dos sectores agrícola e agro-alimentar na utilização de variedades locais ou «tidas como tais». Na segunda parte desta conferência apresentaram-se os principais resultados finais, dos quais se destacam os seguintes: constituição ou reforço de três colecções de germoplasma "ex situ" (fora do local de origem) de cebola, anona, maracujá e três colecções "in situ" (no próprio local) de batata-doce, anona, maracujá; georreferenciação e mapeamento de 12 espécies fruteiras "in loco", nas Ilhas da Madeira e do Porto Santo; melhoria do sistema de documentação do ISOPlexis com a introdução de informação de 8.497 entradas na base de dados acessível através da internet (GRIN-Global); Identificação de material genético que dará origem a potenciais variedades regionais passíveis de ser incluídas em ensaios de caracterização e avaliação para posterior registo no CNV, como são o caso de cinco variedades de anona, três de maçã, dez de batata-doce, duas de maracujá e sete de cebola. Como consequência deste trabalho serão oportunamente divulgados cinco manuais técnicos com a caracterização das variedades, nos formatos digital e em papel das seguintes culturas: macieira, batata-doce, anoneira, cebola e maracujazeiro.

Num mundo globalizado e cada vez mais igual, importa preservar o rico património genético agrícola do Arquipélago da Madeira e fomentá-lo junto dos produtores e igualmente dos consumidores residentes e visitantes como algo distinto, de inegável qualidade e com elevado valor acrescentado.

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