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Este texto foi publicado no dia 28 de Outubro de 2018, no Diário de Notícias.

Em 1893, Francisco Roque Gomes da Silva estabelece a Fábrica Santo António num edifício localizado na esquina da Travessa do Forno e da Rua 5 de Outubro, no Funchal, onde ainda subsiste 125 anos depois. Conta-se que a esposa, Guilhermina, terá compilado um conjunto de receitas familiares que, de geração em geração, foram melhoradas, havendo a preocupação de contar sempre com os melhores ingredientes. No geral, as instalações mantiveram-se mais ou menos iguais ao longo do tempo, apesar dos principais equipamentos terem sido alterados para que fosse possível automatizar o empacotamento dos produtos e garantir a necessária higiene e segurança alimentar. Desde o início que o fabrico de bolachas e biscoitos foi a actividade principal, mas procurou-se diversificar a oferta nomeadamente com a confecção de cidra cristalizada, marmelada, broas, bolos de mel, os famosos rebuçados de funcho, de eucalipto, e mais recentemente de mel de cana, as tradicionais amêndoas da Páscoa, sem esquecer os produtos dietéticos e sem glúten. A título de curiosidade, nos anos 50 e 60 do século XX, as bolachas da Fábrica Santo António eram apreciadas nos navios da linha de África da Companhia Colonial de Navegação, que faziam questão de adquirir quando passavam pelo Funchal. No presente, a fábrica é propriedade da quinta geração da família do fundador, tendo como administrador, Bruno Vieira. Ao contrário do que acontecia outrora, afora a loja de venda na Fábrica Santo António é possível encontrar os seus produtos nas grandes superfícies na Região, nos supermercados do El Corte Inglés, em Lisboa e em Vila Nova de Gaia, e nas lojas A Vida Portuguesa, em Lisboa e no Porto. Neste ano em que se celebra um século e quartel de existência, a gerência resolveu recuperar as conhecidas caixas de lata da Fábrica Santo António através de uma edição comemorativa especial, pelas quais as bolachas eram comercializadas, e que têm tido uma enorme aceitação.

Além dos produtos atrás referidos, utilizam-se os frutos regionais como a pitanga, o maracujá, o tomate arbóreo, a banana, o limão, a amora silvestre e a cereja para serem transformados em compotas. Por ano, são adquiridas algumas toneladas de frutos a vários produtores madeirenses, o que contribui para o escoamento das produções agrícolas e o aumento do rendimento dos agricultores. Num único sabor ou combinadas a dois sabores, as mais populares são as compotas de papaia com maracujá e de amora silvestre. Contudo, pode encontrar outras opções como banana e maracujá, mango, pitanga, papaia, entre outras. Como consequência da garantia de qualidade dos seus produtos, a Fábrica Santo António foi a primeira empresa regional a ser reconhecida com o símbolo "QESM" (Qualidade e Excelência de Serviço na Região Autónoma da Madeira) atribuído em Junho pela Direcção Regional de Economia e Transportes. E porque a época natalícia aproxima-se, está a ser preparada uma caixa de cartão que é uma réplica da caixa de lata antiga, em formato de cabaz, onde se incluirá um bolo de mel de cana e broas. Para recordar aquilo que é nosso e que é bom!

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publicado às 15:42


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