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Textos sobre Agricultura madeirense no Diário de Notícias da Madeira (1.ª série, quinzenal - de 9.9.2007 a 13.6.2010; 2.ª série, mensal, de 30.1.2011 a 29.1.2017; 3.ª série, mensal de 26.2.2017 a ...)
Este texto foi publicado no dia 28 de Fevereiro de 2016, na revista "Mais" do Diário de Notícias.
No final de Janeiro, início deste mês, as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira aproximaram-se mais com a visita do Governo Regional da Madeira ao Arquipélago irmão, numa cimeira entre os Executivos insulares que deu origem à assinatura de dez protocolos de cooperação em áreas como a representação das duas Regiões em Bruxelas através de um gabinete permanente, as pescas, a vitivinicultura, a criação do Observatório da Paisagem da Macaronésia, os recursos florestais, a saúde e a protecção civil, a juventude, a cultura e o artesanato. Sobre o protocolo relativo ao Observatório da Paisagem da Macaronésia que além dos Açores e da Madeira abrangerá a Comunidade Autónoma das Canárias e a República de Cabo Verde, importa ter em conta a paisagem agrícola madeirense e o seu rico património genético de hortofrutícolas de climas tropical, subtropical e temperado, assim como o património edificado pelos nossos antecessores, ou seja, os poios [regionalismo para socalcos], as levadas e os palheiros. Algo tem de ser feito no sentido de salvaguardar-se a ruralidade de localidades como a Madalena do Mar e os seus bananais que sobem pela encosta, a Caldeira de Câmara de Lobos e o seu mosaico de parcelas e hortícolas, o Chão da Ribeira na freguesia do Seixal que mistura harmoniosamente floresta e agricultura, o Arco de São Jorge e os seus vinhedos, e as vinhas "Caracol" e "Listrão" e os muros de pedra sobrepostos do Porto Santo. É claro que há mais lugares na Região que merecem igualmente a nossa atenção, mas procurei nestas linhas recordar algumas das paisagens que são únicas no país e além-fronteiras. Numa região turística como é a Madeira, é bom termos presente que entre a Laurissilva e o nosso mar existe uma paisagem agrícola que foi moldada no decorrer dos séculos com "engenho e arte" mas com "sangue, suor e lágrimas" pelos nossos antepassados para que fosse possível aqui viver e ter alimentos disponíveis. Honremos esse passado, protegendo essa paisagem agrícola por meio do consumo dos nossos produtos da terra em detrimento dos importados. A Madeira merece e a nossa economia agradece!
O Restaurante O Almirante (telefone: 291222452; com página no facebook) localizado no Largo do Poço, números 1, 2 e 3, freguesia de Santa Maria Maior, concelho do Funchal, iniciou a sua actividade a 1 de Março de 1966, estando por isso à beira dos 50 anos de existência. O proprietário Norberto Pereira comprou naquele local uma casa de pasto que funcionava desde 1942 e que já tinha aquele nome, que o relaciona com a designação daquela zona, o Almirante Reis. Depois, ao longo do tempo foi adquirindo os espaços contíguos até ser dono do prédio tal como ele é conhecido hoje. Nesta casa, é habitual começar o repasto com uns mini croquetes de bacalhau, uma dose de lapas grelhadas ou um camarão ao alho. Nos pratos principais, o leitão à Almirante servido com milho frito, batata frita, salada e o indispensável molho picante caseiro, um "filet mignon", o peixe fresco do dia grelhado, um filete de espada recheado com camarão ou um bacalhau à lagareiro são escolhas que o deixarão agradavelmente satisfeito. Nas sobremesas, o pudim de maracujá ou o "tiramisù" caseiro são as mais pedidas e apreciadas.
Dada a proximidade do Mercado dos Lavradores, este restaurante faz questão de utilizar sempre os produtos agrícolas regionais ali disponíveis como a semilha [regionalismo para batata], a batata doce, a cebola, a cenoura, a couve, a alface, o tomate, entre outros, que apresentam uma frescura e uma qualidade imbatíveis, abrilhantando sobremaneira as suas iguarias.
Eis então mais um bom exemplo que a presença dos produtos da terra locais na restauração madeirense é também parte do segredo da longevidade destes estabelecimentos.
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