Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Textos sobre Agricultura madeirense no Diário de Notícias da Madeira (1.ª série, quinzenal - de 9.9.2007 a 13.6.2010; 2.ª série, mensal, de 30.1.2011 a 29.1.2017; 3.ª série, mensal de 26.2.2017 a ...)
Este texto foi publicado no dia 25 de Janeiro de 2015, na revista "Mais" do Diário de Notícias.
Neste domingo, decorrem quatro anos de escritos de frequência mensal relativos à segunda série do "Agricultando" sobre agricultura e gastronomia (na hotelaria e restauração) da Madeira e do Porto Santo. E felizmente, a nossa terra permite-me continuar a escrever mais sobre estes dois importantes sectores da economia regional, assim deseje também o leitor que segue este espaço, pois quem escreve, quer ser "lido".
Todos os anos, a FAO, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, dedica um tema específico para a discussão e reflexão públicas. No ano passado, celebrou-se o Ano Internacional da Agricultura Familiar e este ano tem lugar o Ano Internacional dos Solos (AIS). Segundo aquela instituição e numa perspectiva global, os solos estão em risco devido à expansão urbana, desflorestação, má utilização das terras e práticas insustentáveis, poluição, sobre-pastoreio e às alterações climáticas. Os níveis actuais de degradação dos solos ameaçam a capacidade de resposta das necessidades das gerações futuras. Assim, dada a nossa dependência em relação aos solos, a promoção de um solo sustentável e um bom maneio do uso das terras é essencial para garantir um sistema alimentar produtivo, um meio rural melhorado e um ambiente salutar. Como ideias chave do AIS, a FAO sublinha a importância dos solos como a base para a produção de alimentos saudáveis, o "alicerce" para a vegetação que é cultivada ou gerida pelo homem, para a produção de alimentos, fibras, combustíveis e medicamentos, o sustento da biodiversidade mundial e que acolhe um quarto do seu total, a ajuda que dão para o combate e a adaptação às alterações climáticas e o seu papel essencial no ciclo do carbono, a capacidade de armazenar e filtrar a água, melhorando a nossa resiliência a inundações ou secas, e a necessidade de preservá-los para assegurar a segurança alimentar e o nosso futuro sustentável, já que são recursos não renováveis. Num território insular pequeno de relevo acidentado como o nosso, onde cada metro quadrado é disputado pelo homem e pela natureza, é importante que se tenha presente a preservação dos poios no AIS e nos anos vindouros. Estas autênticas obras de "engenho e arte" legadas pelos nossos antepassados, que suportam as terras aráveis, são cruciais para continuarmos a ter autonomia alimentar e uma singular paisagem agrícola humanizada, tão apreciada por nós e sobretudo pelos que nos visitam.
O Restaurante Fados (telefone: 291935411, com página no facebook) situado na Rua Encosta dos Magos, número 20, freguesia do Caniço, concelho de Santa Cruz, iniciou a sua actividade em 22 de Agosto de 2008. Desde então, os seus proprietários, Anália e José João Góis, primam por servir pratos da gastronomia tradicional portuguesa. Aliás, o nome do restaurante alusivo à canção nacional (património oral e imaterial da humanidade) e que pode ser ali apreciado ao vivo na noite do último sábado de cada mês, procura estabelecer a ligação às tradições lusas, nomeadamente a arte de bem comer. Como entradas, recomendam-se os pastéis de bacalhau ou os rissóis de camarão. Nos pratos principais, o bacalhau na brasa e a fragateira, nos peixes, ou o cozido à portuguesa, a feijoada (com feijoca) e o bife na pedra, nas carnes, são os mais populares. Na sobremesa, o pudim de palitos "la reine" ou um crepe, são a melhor maneira de terminar esta refeição "à portuguesa".
Uma nota final de regozijo para esta casa que possui cultivo próprio de semilha [regionalismo para batata], batata doce e alface, e quando não os têm, compram a um agricultor da freguesia que vende também cenoura, couve, brócolos, couve flor, nabo, pepinela, entre outros. Além da preferência pelos produtos agrícolas locais, o peixe de uma forma geral, é de origem regional.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.