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Textos sobre Agricultura madeirense no Diário de Notícias da Madeira (1.ª série, quinzenal - de 9.9.2007 a 13.6.2010; 2.ª série, mensal, de 30.1.2011 a 29.1.2017; 3.ª série, mensal de 26.2.2017 a ...)
Este texto foi publicado no dia 27 de Outubro de 2013, na revista "Mais" do Diário de Notícias.
A manutenção da paisagem agrícola madeirense passa pelo consumo dos nossos produtos agrícolas que se sucedem ciclicamente no decorrer das estações. O Agricultor cultiva a terra, para dela tirar o seu rendimento e para fornecer frutas e verduras ao comprador que por sua vez irá vendê-las ao retalhista ou ao consumidor final, a mim e a si, caro leitor. Pode parecer pouco, mas quanto mais hortofrutícolas regionais compramos para o nosso dia-a-dia e quando desfrutamos de uma refeição confeccionada com produtos locais num restaurante numa ocasião especial, estamos a contribuir para que a agricultura regional continue a ter um importante papel socioeconómico na Região e na principal actividade económica, o turismo. Gostamos de saber que os ingredientes que compõem as especialidades em casa ou num restaurante/hotel, são nossos, são de cá. O sabor e a qualidade são logo perceptíveis, dizemos mesmo, “ah, tem o gostinho que é só nosso!”. É claro que nem sempre os produtos da terra são acessíveis pelo preço, dadas as diminutas área agrícola disponível e consequente produção. Porém, o somatório dessas pequenas produções, quando concentradas comercialmente, surgem nos pontos de venda a preços justos, quer para o produtor, quer para o consumidor final. Com este gesto de dar preferência ao que é regional, fixamos as populações rurais e dinamizamos a economia, criando riqueza entre nós, neste e noutros sectores, como é o caso de alguns exemplos da hotelaria e restauração regionais. O Restaurante O Clássico (telefone 291774111, com página no facebook), situado no Hotel Duas Torres, na Estrada Monumental, freguesia de São Martinho, concelho do Funchal, então propriedade dos sócios Eleutério Azevedo e Ilídio Freitas começou a sua actividade em 1998. Em Setembro de 2001, o Chefe de Cozinha Manuel Trindade juntou-se a esta sociedade e aí continuou até ao presente. O nome desta casa foi inspirado na arte de bem servir e no requinte do atendimento. E isso é constatado nas entradas mais populares, abacate com camarão ou mango com salmão fumado. Nos pratos principais e sempre que é possível, o peixe fresco como o bodião, a garoupa ou o cherne grelhados marcam presença na ementa. Como sugestões do Chefe e para duas pessoas, um polvo assado com arroz do mesmo ou um arroz de cherne, irão trazer-lhe aromas e sabores inesquecíveis à sua mesa. Nas escolhas de carne, um arroz de pato ou um tornedó com cogumelos acompanhado de batata salteada, batata doce e verduras, são iguarias com que pode contar. Para quem não resiste a uma sobremesa, recomenda-se a "cassata" de chocolate e amêndoa torrada apresentada com chocolate quente ou o omnipresente pudim de maracujá. Um apontamento final de apreço pelo menu incluir as frutas locais da estação como a anona que aparece nesta altura do ano ou a uva americana no Verão ou a cereja no final da Primavera. Como se vê, aqui a predilecção pelos produtos regionais pela sua frescura e qualidade está sempre presente, quer nos frutícolas, quer nos hortícolas como a vaginha (regionalismo para feijão verde), a couve, os espinafres para preparar o esparregado, a cebola, a batata doce, a semilha (regionalismo para batata), entre outros, sem esquecer o peixe fresco que é capturado nos nossos mares.
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