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Textos sobre Agricultura madeirense no Diário de Notícias da Madeira (1.ª série, quinzenal - de 9.9.2007 a 13.6.2010; 2.ª série, mensal, de 30.1.2011 a 29.1.2017; 3.ª série, mensal de 26.2.2017 a ...)
Este texto foi publicado no dia 31 de Março de 2013, na revista "Mais" do Diário de Notícias. Nos últimos meses, temos "viajado" pelo concelho do Funchal. No início da Primavera, é tempo de rumar a norte, mais concretamente a São Vicente. Em termos agrícolas e segundo o Recenseamento Agrícola de 2009, o concelho vicentino é aquele que tem a maior área de vinhedo (quase 235 hectares, dos quais 122 hectares de castas europeias), seguido de Câmara de Lobos (219 hectares) e Santana (217 hectares). Associada a esta cultura e sobretudo no período Outono/Inverno, cultiva-se a semilha debaixo dos "corredores" (latadas) de vinha, aproveitando o seu período de repouso vegetativo e o terreno disponível para o plantio. O município de São Vicente juntamente com o de Santana, representam mesmo mais de um terço da área de semilha dos 1.500 hectares da Região. Estamos assim perante um concelho marcadamente agrícola, que além da Laurissilva que compõe a paisagem (São Vicente, Santana e Porto Moniz são a "Costa da Laurissilva"), os vinhedos em especial, dão um colorido em tons de verde que não deixam ninguém indiferente. Neste propósito e tirando partido das belezas naturais e da agricultura ali existente, as três freguesias de São Vicente dispõem de hotéis, unidades de turismo rural e restaurantes, que mostram os nossos produtos agrícolas através da rica e diversificada gastronomia do norte da Madeira. O Restaurante Centro do Ouro (telefone: 291842260, com página no facebook), no sítio da Fajã do Rente (junto à Via Expresso de acesso ao Seixal), freguesia e concelho de São Vicente, é um bom exemplo da sinergia agricultura/restauração. Aberto em 1995 e então integrado numa grande loja comercial do ramo da ourivesaria com fabrico próprio chamado "Centro do Ouro" (daí o seu nome), passou a ter nova gerência a partir de 2007, ano em que foi totalmente remodelado. Os seus actuais proprietários, Manuel Martins e António Freitas fazem questão de ter exclusivamente produção agrícola própria e possuem por isso, três hortas dispersas em outros tantos concelhos (São Vicente, Santana e Funchal) com uma área total de 1.300 metros quadrados. Ali plantam semilha, cebola, feijão, alho, ervas aromáticas, couve, cenoura e maracujá, que mais tarde seguem directamente para a cozinha do restaurante. A frescura e qualidade estão asseguradas, o que irão reflectir-se nos pratos confeccionados. O peixe sempre que possível é igualmente de origem regional. Como entrada, sugere-se um cocktail de camarão e como prato principal, um bodião grelhado ou uma espetada em espeto de louro. Pode escolher ainda as especialidades da casa, como são o cabrito assado acompanhado com batata salteada, as cataplanas de peixe ou de carne e peixe, terminando a refeição com um pudim de maracujá. Aqui está mais um modelo, que o sucesso de um restaurante passa pela origem local dos produtos agrícolas, o seu frescor e valor ímpares, que depois irão dar um cunho genuíno à nossa culinária, tradicional e contemporânea, servida nos restaurantes e hotéis da nossa Região.
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