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Textos sobre Agricultura madeirense no Diário de Notícias da Madeira (1.ª série, quinzenal - de 9.9.2007 a 13.6.2010; 2.ª série, mensal, de 30.1.2011 a 29.1.2017; 3.ª série, mensal de 26.2.2017 a ...)
Este texto foi publicado no dia 27 de Maio de 2012, na revista "Mais" do Diário de Notícias. É sabido que dois terços da Madeira são parte integrante do Parque Natural da Madeira, com predominância para a costa norte, nomeadamente os concelhos do Porto Moniz, São Vicente e Santana. O primeiro destes municípios é aquele que apresenta a maior percentagem de área protegida, pois 84 por cento do seu território é Parque Natural. Ali podemos contemplar a imponente Laurissilva, floresta indígena classificada pela UNESCO como património mundial natural em harmonia com os poios cultivados ao longo de gerações. Agricultura e floresta convivem lado a lado, complementando-se uma à outra, quer em termos paisagísticos, quer humanos. Outrora, era da floresta que se retirava a lenha que "alimentava" os fogões e os fornos de pão, além de usar-se a madeira para utilização agrícola, como é o caso da construção de latadas. Um dos lugares onde se observa esta sã convivência da floresta com a vertente agrícola, é o sítio do Chão da Ribeira, situado na parte alta da freguesia do Seixal, concelho do Porto Moniz. Subindo para o Chão da Ribeira, o Restaurante Laurissilva (telefone: 291854007, com página no facebook), encontra-se no final da estrada que está alcatroada. Ao chegar lá, depara-se com uma casa de madeira rodeada por uma mancha florestal deslumbrante e o mais certo é encontrar o Senhor Manuel Barbosa, que gere este espaço desde 1 de Maio de 2011, apesar de estar ligado ao sector da restauração há muitos anos. Como entrada e nos dias mais frescos, uma sopa de tomate e cebola ou uma açorda madeirense, com umas fatias de pão caseiro confeccionado no forno a lenha do restaurante, aconchegam o estômago e aquecem o corpo. Nos pratos principais, a truta recheada, com batata cozida à moda do Chão da Ribeira e salada, uma espetada em espeto de louro, um entrecosto e por encomenda, um cozido, são especialidades que certamente deixar-se-á tentar. E porque o Seixal é terra de vinho, pode apreciar o vinho de mesa Terras d’ Avô branco ou tinto. A finalizar, o conhecido e apetecível pudim de maracujá. Integrado numa área agrícola de eleição, as hortícolas e as ervas aromáticas usadas na cozinha do Laurissilva, são de origem local, algumas vindas até de um terreno contíguo ao restaurante, como por exemplo a segurelha, a couve, a semilha, a batata doce, a alface, entre outros. A própria truta é capturada ali bem perto, o que comprova que aquilo que se degusta neste restaurante, é da mais elevada frescura e genuinidade, tal como o Chão da Ribeira é e sempre foi.
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