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O tomate arbóreo

por Agricultando, em 27.12.09

Este texto foi publicado no dia 27 de Dezembro de 2009, na revista "Mais" do Diário de Notícias. Este fruto também designado entre nós de tomate inglês, de formas oval a esférica, cor da casca vermelha ou amarela e polpa sumarenta amarelada a vermelha com muitas sementes, é característico do Natal madeirense. O seu aspecto e o colorido emprestam mesmo a esta época, quase que uma decoração natalícia natural. O tomateiro arbóreo, propaga-se com muita facilidade por semente ou estacaria e é frequente encontrá-lo isolado ou em plantações de pequena dimensão nos concelhos de Santana (freguesias do Arco de São Jorge, São Jorge e Santana) e Santa Cruz (Camacha). Todavia, esta espécie arbustiva adapta-se com facilidade em toda a Região, até aos 600 e 300 metros de altitude nas costas sul e norte, respectivamente, entrando em produção no segundo ano de vida. É uma planta rústica no que diz respeito às pragas e doenças, sendo que os afídeos ou "piolhos", o oídio ou "mangra" e a antracnose, são as enfermidades mais comuns. A colheita realiza-se entre os meses de Novembro e Março. No livro "Fruticultura Tropical – Espécies com frutos comestíveis" do Professor Engenheiro José Mendes Ferrão, aponta-se as zonas de altitude dos Andes que se prolongam desde o Peru até à Argentina, como a proveniência do tomateiro arbóreo ou "tamarillo" (tamarilho), como é denominado nos países de língua castelhana. Hoje em dia, está disseminado um pouco por todo o mundo, em especial nas regiões tropicais e subtropicais. A obra atrás mencionada, acrescenta que esta cultura é viável em locais de clima temperado, desde que não ocorram ali geadas, como é o caso do sul da Europa. Em Portugal além da Madeira, existem tomateiros arbóreos que vegetam em óptimas condições ao ar livre, no Jardim Tropical em Lisboa. O tomate arbóreo é consumido fresco ou transformado. Ao natural, corta-se o fruto em duas metades e com uma colher de sobremesa, come-se a polpa e as sementes. Se for talhado às rodelas, tem um efeito decorativo muito sugestivo, que pode ser usado no embelezamento de entradas, pratos principais ou sobremesas. Como derivado, pode ser bebido num refrescante sumo ou licor e degustado num "doce" (compota), pudim ou gelado. Noutras paragens e de acordo com a publicação do Professor Mendes Ferrão aqui citada, assam-se os frutos para retirar a casca, tal como se faz com os pimentos e nalguns lugares temperam-se com piripiri para serem servidos como acepipe ou tempero. A finalizar, caro leitor do "Agricultando", aproveito esta oportunidade, para desejar-lhe a continuação de Boas Festas e votos de um 2010 pleno de esperança!

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publicado às 17:45


10.000 visitas!

por Agricultando, em 26.12.09

À beira dos dois anos e dois meses e meio de existência deste blogue, atingiu-se hoje a bonita marca de 10.000 visitas. É um número impressionante para mim, saber que o "Agricultando" foi visitado por tanta gente.

Como estamos em época natalícia, desejo a continuação de Boas Festas e um 2010 cheio de realizações pessoais e profissionais, para os visitantes deste cantinho da blogosfera e os leitores do "Agricultando" na revista "Mais" do DN Madeira.

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publicado às 22:18


A goiaba

por Agricultando, em 13.12.09

Este texto foi publicado no dia 13 de Dezembro de 2009, na revista "Mais" do Diário de Notícias. Este fruto é proveniente das Américas Central e do Sul, numa vasta região compreendida entre o México e o Peru, abrangendo uma parte extensa do Brasil. Segundo as obras "Fruticultura Tropical – Espécies com frutos comestíveis" e a "A Aventura das Plantas e os Descobrimentos Portugueses" do Professor Engenheiro José Mendes Ferrão, a goiabeira foi levada pelos portugueses para a Índia e tudo aponta que, os nossos antepassados introduziram-na também em África e no Oriente. Actualmente, está distribuída em todas as zonas tropicais e subtropicais do mundo, comportando-se muitas vezes, como subespontânea, dada a facilidade em propagar-se. Em Portugal, esta fruteira produz bem desde o Algarve até à Região de Lisboa, nos Açores e na Madeira. De acordo com o livro "Flora da Madeira – Plantas Vasculares Naturalizadas no Arquipélago da Madeira" do Engenheiro Rui Vieira, publicado como suplemento número oito do Boletim do Museu Municipal do Funchal, a goiaba já era conhecida pelos madeirenses no século XVIII. Este ilustre e saudoso Agrónomo, menciona que esta espécie veio provavelmente do Brasil, trazida por emigrantes da Madeira, pois estes acorreram àquela então colónia, a partir do século XVI. Tradicionalmente, é uma planta de jardim com dupla função, produtora de frutos e ornamental. Nas fases da floração e maturação de colheita, é muito atractiva, quer pela cor, quer pelo perfume esfuziante, respectivamente. Na Região, tem as melhores condições de cultivo na costa sul até aos 400 metros de altitude e na vertente norte até aos 100 metros de altitude. Apesar da diversidade varietal resultante da facilidade de propagação por semente, consideram-se duas variedades de goiaba, uma de casca esverdeada e polpa amarelo esverdeada e outra de casca amarelada e interior rosado a avermelhado, com formas esférica, oval ou piriforme e tamanhos diferentes. A nível fitossanitário, a mosca da fruta ou o "bicho" da fruta, os ácaros ou "aranhiços" e as cochonilhas ou "lapas", são as pragas mais importantes e a doença mais comum é a antracnose. A época de apanha decorre normalmente de Outubro a Dezembro, sendo por isso um fruto típico desta época e do Natal madeirense, onde é impossível resistir ao seu aroma muito agradável. Entre nós, além do consumo em fresco, a goiaba pode ser apreciada através de deliciosos derivados, como o "doce" (compota), sumo, gelado, pudim e até como licor. Este fruto é uma mais-valia para a gastronomia regional, pois além de ser exótico e muito apetecível, é desconhecido da maioria dos nossos turistas. Deve pois, ser incluído nas ementas dos nossos restaurantes e hotéis. Noutros países e com base na supracitada publicação "Fruticultura Tropical – Espécies com frutos comestíveis", os frutos são consumidos ao natural com sal ou açúcar, aproveitados pela indústria de conservas de fruta e utilizam-se as cascas e as folhas para fins de medicina caseira. A madeira desta espécie é excelente para o fabrico de caixas de ressonância de instrumentos musicais, a escultura e para trabalhos em talha.

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publicado às 17:27


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