Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]





O physalis

por Agricultando, em 05.04.09

Este texto foi publicado no dia 5 de Abril de 2009, na revista "Mais" do Diário de Notícias. O physalis na Madeira é conhecido como tomate lagartixa. Na costa norte é designado por tomate barrela e nos Açores chamam-no tomate capucho, uma vez que o cálice (termo botânico para definir o conjunto das sépalas) envolve uma baga de cor alaranjada, lembrando um capucho. Na Região, é comum vê-lo nas paredes dos poios, por entre as pedras de basalto, considerando-se uma planta herbácea subespontânea, dada a facilidade em propagar-se. Prefere zonas soalheiras, podendo encontrar-se na vertente sul, do litoral até aos 500 metros de altitude e na encosta norte da ilha até aos 180 metros de altitude. Quanto à fitossanidade é uma espécie rústica, isto é, resistente a pragas e doenças, estando ajustada ao modo de produção biológico. A colheita decorre na Primavera e no Verão, conforme a localização geográfica, a altitude e as condições climatéricas locais. Segundo a obra "Fruticultura Tropical – Espécies com frutos comestíveis" do Professor Doutor José Eduardo Mendes Ferrão, o tomate lagartixa é oriundo da América do Sul, mais concretamente da região andina, caracterizada pelo clima subtropical. É muito cultivado na Colômbia e na Bolívia, estando actualmente presente em todos os continentes. A África do Sul é um dos países onde a cultura está ambientada, sendo muito apreciada quer em fresco, quer em transformado. Na Europa, é produzido no sul e em Portugal, nos Açores e na Madeira e, pontualmente no continente. Este fruto tem um potencial enorme, quando é confeccionado como um delicioso "doce" ou compota, um refrescante gelado ou um licor de aroma e sabor ímpares. O "Elucidário Madeirense" do Pe. Fernando Augusto da Silva e Carlos Azevedo de Meneses, já sublinhava as suas qualidades gustativas e de transformação excepcionais, nomeadamente o "doce", por ser “muito saboroso”. O physalis é muitas vezes aproveitado para ornamentar pratos devido ao pormenor do capucho, dando-lhes um toque de requinte. Noutros tempos, era habitual na Madeira, usar-se a baga quando estava verde, esmagando-a e misturando com outras ervas para "corar" (tornar as roupas mais brancas) os lençóis e outra roupa branca, bem como na fiação do linho. Em 1998, realizaram-se ensaios de adaptação de variedades desta espécie com sucesso, na Divisão de Fruticultura da Direcção Regional de Agricultura. Em suma, a Região possui excelentes condições de cultivo para o tomate lagartixa, devendo o seu plantio ser incentivado, por ser rentável para o agricultor. É pois, mais uma oferta exótica de perfume e paladar distintos para o residente e para o visitante, que o podem provar ao natural ou em tentadores derivados.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:17


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

  Pesquisar no Blog

Calendário

Abril 2009

D S T Q Q S S
1234
567891011
12131415161718
19202122232425
2627282930


Posts mais comentados


Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2007
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D