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Os poios

por Agricultando, em 25.01.09

Este texto foi publicado no dia 25 de Janeiro de 2009, na revista "Mais" do Diário de Notícias. Os nossos antepassados que povoaram esta Região, ao verem um relevo difícil para a actividade agrícola, tiveram "engenho e arte" e criaram os poios. Segundo uma definição que consta no glossário do livro "Arquitectura Popular da Madeira" do Arquitecto Victor Mestre, os poios são uma “designação local dada aos socalcos das encostas escavados e agricultados; muros, contrafortes de contenção das terras seguindo a tecnologia tradicional”. Na publicação de 1953, "Madeira – A Epopeia Rural" do Professor Engenheiro Joaquim Vieira Natividade, este distinto agrónomo realça o trabalho notável dos socalcos e afirma a dada altura “(...) E o homem, o pigmeu, atacou a montanha. Durante séculos não cessou o trabalho rude da picareta e da alavanca, e à custa de vidas, de suor e sangue talharam-se na rocha as gigantescas escadarias, sem que o alcantilado das escarpas, a fundura dos despenhadeiros ou a vertigem dos abismos detivessem os passos do titã. Monumento este único no mundo, porque jamais em parte alguma, com tão grande amplitude, tanto esforço humano foi empregado na conquista da terra.” É possível contemplar ao longo da Madeira, zonas rurais onde os poios se apresentam em múltiplos tons resultantes das diversas culturas hortícolas e frutícolas, lembrando um enorme mosaico natural. Os socalcos ostentam a pedra natural da Região, o basalto. Nos últimos tempos, algumas paredes de pedra aparelhada degradadas têm sido substituídas pelas de betão, por razões económicas. Porém, o impacto paisagístico de uma parede de cimento é bem conhecida de todos, quando comparada com uma parede de pedra. Trata-se de um património cultural rural singular que deve ser preservado e apoiado, sob pena de se perder para sempre uma parte da nossa identidade regional. No início de Dezembro passado, realizou-se na freguesia da Ilha, concelho de Santana, a XIV Semana Cultural dedicada à Cultura Sustentável. Num dos painéis subordinado à temática "Cultura, Agricultura e Dinâmicas Rurais", onde participei como orador juntamente com o Presidente da Associação Madeira Rural, Joel Freitas, este dirigente defendeu a existência de um roteiro turístico pelos poios. Esta actividade podia ser realizada em simultâneo nos passeios das levadas, reforçando assim a importância destes cursos de água na agricultura madeirense. Tenho a certeza que em muitos locais da Região, os agricultores que possuem socalcos próximos das levadas, estariam receptivos a esta iniciativa, podendo até vender directamente os produtos agrícolas ao caminhante, proporcionando-lhe mais um momento inesquecível, na descoberta de aromas e sabores "da terra".

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publicado às 17:32


Douradas dos Prazeres

por Agricultando, em 11.01.09

Este texto foi publicado no dia 11 de Janeiro de 2009, na revista "Mais" do Diário de Notícias. Antes de se perceber o conceito de produtos de IV Gama, importa entender o que são produtos de I, II e III Gamas. Segundo um trabalho da Professora Margarida Moldão Martins (doutorada em Engenharia Agro-Industrial) do Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa que está disponível na internet, no sítio daquela instituição universitária, os de I Gama são os produtos frescos sem processamento, os de II Gama são os produtos processados, mais conhecidos por conservas e os de III Gama são os produtos congelados. Os de IV Gama, tratam-se de produtos frescos que foram lavados, desinfectados, embalados e estão prontos a consumir. Neste "agricultando", destaco os produtos hortícolas de IV Gama. Em Abril de 2008, surgiu a Douradas dos Prazeres no Parque Empresarial da Calheta, localizado na freguesia dos Prazeres, concelho da Calheta. Constituída por três sócios, Engenheiro Duarte Silva, Filipe Cunha e José Manuel, proprietário das Frutas Douradas, esta empresa aposta nos produtos hortícolas de IV Gama, nomeadamente saladas e sopas. O maior trunfo da Douradas dos Prazeres em relação à concorrência exterior, é que trabalha com produtos hortícolas regionais frescos e de sabor inigualáveis, como a semilha (ou batata), a cenoura, a couve, as diferentes variedades de alface, a rúcula, entre outros. Actualmente, processam-se 2.000 a 3.000 quilos de hortícolas por dia, podendo ocorrer aumento destas quantidades no futuro, consoante a procura. As embalagens têm a designação de "Saladas d’ Horta" e de "Sopas d’ Horta" e, estão à venda na maioria dos supermercados da Região. Como já foi referido, estes produtos podem ser imediatamente usados pelo consumidor. Basta abrir o saco e colocar a salada numa travessa ou no caso de uma sopa, pôr as "verduras" directamente na panela, pois as hortícolas já foram lavadas, desinfectadas e devidamente embaladas, garantindo-se assim a máxima higiene e segurança alimentar. Esta empresa de produtos hortícolas de IV Gama revela que os empresários madeirenses estão atentos às tendências de consumo do início do Século XXI. O tempo disponível que as famílias têm para confeccionar refeições, é cada vez mais escasso, pois estas devido às suas exigentes e extenuantes actividades profissional e escolar saem cedo e só regressam a casa ao fim do dia. Nos nossos dias, uma forma saudável de consumir vegetais de elevada qualidade, é através dos produtos de IV Gama. Experimente!

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publicado às 18:11


Ano novo, datas novas!

por Agricultando, em 04.01.09

Devido a uma nova calendarização do "Agricultando" na revista "Mais" do Diário de Notícias da Madeira, o primeiro texto de 2009 será publicado no próximo dia 11 de Janeiro e nas datas seguintes, com a habitual frequência quinzenal.

Um feliz 2009 para os leitores do "Agricultando"!

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publicado às 17:40


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