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O vinagre de sidra

por Agricultando, em 28.09.08

Este texto foi publicado no dia 28 de Setembro de 2008, na revista "Mais" do Diário de Notícias. O vinagre é um derivado obtido por fermentação acética de líquidos oriundos da fermentação alcoólica de substâncias de origem agrícola, quer sejam vinhos quer sejam frutas, entre outros. Esta definição do Professor Doutor Cândido Alves Hipólito-Reis da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e membro do Conselho Científico-Cultural da Liga dos Amigos da Saúde, Vinho e Nutrição (LASVIN), consta num texto baseado numa palestra sobre "A Utilização do Vinagre do Ponto de Vista Médico" realizada em Caldas da Rainha, em Outubro de 2003. Este professor catedrático acrescenta que, o vinagre é utilizado pelo Homem desde tempos idos. Sabe-se que os Gregos, Romanos e Egípcios já usavam o vinagre de sidra, pelas suas múltiplas utilizações na medicina popular e na culinária, situação esta que se mantém até aos nossos dias. Na Madeira, produz-se vinagre de sidra entre Setembro e Outubro. Tradicionalmente, este transformado existe na Camacha, Santo da Serra e Machico. Na Quinta Pedagógica dos Prazeres, situada naquela freguesia pertencente ao concelho da Calheta, procede-se nesta época, à produção industrial de sidra e vinagre de sidra, sob a orientação técnica da Engenheira Regina Pereira da Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural. Hoje, realiza-se ali, a V Mostra da Sidra organizada pela referida Quinta, onde poderá degustar essa bebida leve, refrescante e muito saborosa. Quanto ao vinagre, é importante sublinhar que, não é um subproduto, ou seja, deve ter como ingredientes principais, as variedades regionais de maçã (ou pêro). A obtenção do vinagre de sidra na Quinta Pedagógica, obedece a um conjunto de determinadas orientações e torna-se crucial, ter uma sidra de excelente qualidade, para que depois ocorra uma acetificação da mesma. Podem adicionar-se bactérias acéticas pelo método tradicional denominado "mãe do vinagre" ou pelo método moderno, em que se juntam bactérias acéticas para aumentar o teor de ácido acético à sidra. Segue-se uma estabilização, uma filtração para retirar as impurezas e um engarrafamento, para que o produto chegue ao consumidor, nas melhores condições de higiene e de qualidade alimentar. Recentemente, começaram a ser testadas na Quinta Pedagógica dos Prazeres, variantes de vinagre de sidra: com ervas aromáticas, com polpa de maracujá e com banana. Aproveitam-se assim, outros produtos agrícolas locais e regionais ímpares e diversifica-se a oferta. Procura-se também ir de encontro às preferências actuais do consumidor, que compra produtos "gourmet" ou que é apreciador de novos aromas e sabores, para inovar a confecção diária das suas refeições.

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publicado às 19:47


O "Pêro Domingos"

por Agricultando, em 14.09.08

Este texto foi publicado no dia 14 de Setembro de 2008, na revista "Mais" do Diário de Notícias. Antes de caracterizar a variedade regional "Domingos", quero esclarecer que a diferença entre pêro e maçã, está na relação entre a altura e o diâmetro do fruto. Quando este é mais alto que largo, é um pêro. Quando o mesmo é mais largo que alto, é uma maçã. Mas ambos são maçãs, podendo considerar-se a denominação pêro, como um regionalismo que diferencia um fruto "alto" de outro "achatado". Esta distinção também está explicada no "Elucidário Madeirense" do Pe. Fernando Augusto da Silva e Carlos Azevedo de Meneses, acrescentando-se que “(...) As melhores maçãs vêm da Camacha, de Santo António da Serra e doutras localidades altamente situadas da ilha, ao passo que os pêros se encontram por toda a parte, sendo alguns deles bastante saborosos depois de maduros”. No relatório de estágio de 1996 do Engenheiro Agrícola Adriano Maia da Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DRADR), para ingresso na carreira técnica superior e segundo informação do Prof. Manuel "Neto", Presidente da Junta de Freguesia do Jardim da Serra, concelho de Câmara de Lobos, este pêro foi introduzido há muitos anos naquela freguesia, por um comerciante de fruta chamado Domingos. Conta-se que certo dia, encontrou uns frutos saborosos e aromáticos, numa pequena macieira, no Lugar da Serra, freguesia de Campanário, concelho da Ribeira Brava, colheu-os em Novembro/Dezembro e guardou-os, tendo constatado que, se conservaram muito bem até à Páscoa. Desde então, o "Pêro Domingos" foi propagado por enxertia e actualmente encontra-se em muitas freguesias da Madeira, embora ainda predomine no Jardim da Serra. Os técnicos da DRADR de há uns tempos a esta parte, recomendam esta variedade para os novos pomares de macieira, por ser produtiva e ter escoamento garantido no mercado regional. Colhidos habitualmente em Novembro, os frutos maduros apresentam uma coloração vermelho-alaranjado, polpa suculenta e firme, de sabor e aroma únicos, conservando-se por 4 a 5 meses. No que concerne à fitossanidade, considera-se o "Pêro Domingos" resistente. Por vezes, as pragas mais frequentes são o bichado da fruta, os ácaros e os afídeos e, as doenças mais comuns são o oídio, que surge na rebentação nova e ocasionalmente o pedrado. Este fim-de-semana e no próximo, decorrem dois eventos alusivos a estes frutos. São respectivamente, a XVIII Mostra da Sidra no Santo da Serra e a XXIV Festa do Pêro na Ponta do Pargo, organizados pelas devidas Casas do Povo. São excelentes oportunidades para nos inteirarmos das tradições e costumes locais associados à cultura da macieira, das técnicas culturais mais recentes promovidas pelos serviços oficiais e, nos deliciarmos com os pêros e seus derivados e iguarias.

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publicado às 19:57


Um ano depois

por Agricultando, em 09.09.08

O "agricultando" celebra hoje o seu primeiro aniversário. 

Em 9 de Setembro de 2007, foi publicado o primeiro texto na Revista do Diário de Notícias da Madeira sobre o "Pêro da Ponta do Pargo".

Obrigado aos leitores que lêem o "agricultando" na revista "Mais" do DN Madeira e aos internautas que têm visitado este blogue desde 14 de Outubro de 2007.

Continuarei a escrever sobre a singularidade da Agricultura madeirense que, merece ser divulgada e conhecida pelos madeirenses em particular e, por todos aqueles em geral, que gostam de Agricultura e da "Pérola do Atlântico".

Ah, quase que me esquecia de dizer-vos que, podem contar sempre com a nota musical!

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publicado às 10:15


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