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Textos sobre Agricultura madeirense no Diário de Notícias da Madeira (1.ª série, quinzenal - de 9.9.2007 a 13.6.2010; 2.ª série, mensal, de 30.1.2011 a 29.1.2017; 3.ª série, mensal de 26.2.2017 a ...)
Este texto foi publicado no dia 20 de Julho de 2008, na revista "Mais" do Diário de Notícias. "Nascida" no sudeste asiático, a bananeira já era cultivada na Madeira em 1552, segundo o "Elucidário Madeirense" que, se baseia num relato de Nichols, um viajante inglês. Só no início e no final da década de 40 do século XIX é que se inicia o plantio das bananeiras anã e de prata, respectivamente, e até hoje, são as duas espécies mais amanhadas na Região. A primeira predomina nos bananais, por ser de porte baixo, produtiva e ideal para a exportação. A "de prata" que atinge três a quatro metros de altura, necessita de estar protegida dos ventos e por essa razão, é menos cultivada, mas os seus frutos, sempre foram muito apreciados. Presentemente, existem variedades introduzidas pela Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural como a "Grande Anã", a "Gal", a "Robusta" e a "Gruesa". Distinguem-se das variedades tradicionais, por serem mais produtivas, com cachos uniformes e comercialmente atractivas. Encontra as condições ideais de produção até aos 200 a 250 metros de altitude, na costa sul da Madeira, embora exista um pouco por toda a Região. Como principais pragas que atacam a bananeira, temos o "aranhiço", os tripes ("cinzeiro"), o "gorgulho", os nemátodos e a mosca branca. As doenças mais frequentes são a "ponta de charuto" e "o mal de panamá". De acordo com o "Recenseamento Geral da Agricultura 1999", os concelhos do Funchal (freguesias de São Martinho e Santo António), Ponta do Sol (Madalena do Mar e Ponta do Sol), Câmara de Lobos, Calheta (Arco da Calheta), Ribeira Brava (Ribeira Brava, Campanário e Tabua) e Santa Cruz, são os mais expressivos deste fruto subtropical. Quase dez anos depois, é do senso comum que, o concelho da Ponta do Sol "ultrapassou" o do Funchal, resultante da substituição das "fazendas" funchalenses por habitações, hotéis e acessos rodoviários. Por isso e pelo que a banana representa para a Madeira, quer em termos sócioeconómicos quer paisagísticos e ambientais, realiza-se neste fim-de-semana na formosa freguesia da Madalena do Mar, a VIII Mostra Regional de Banana. É uma iniciativa da Casa do Povo da Ponta do Sol, em colaboração com a Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, Município da Ponta do Sol, Junta de Freguesia e Paróquia locais, cooperativas de banana (Coopobama e CAPFM), entre empresas do sector. Em 2007, a "Mostra" contou com 61 produtores de banana e atraiu centenas de residentes, forasteiros e turistas. Este "agricultando" é dedicado à minha Mãe, que é natural da Madalena do Mar.
Este texto foi publicado no dia 6 de Julho de 2008, na revista "Mais" do Diário de Notícias. Conhecida também por feira do gado, a 53.ª Feira Agro-Pecuária organizada pela Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, realiza-se de 11 a 13 de Julho. Este certame tem lugar no sítio da Santa, freguesia e concelho do Porto Moniz, mas nem sempre foi assim. Segundo o livro "Feira de Gado – 50 anos – Feira Agro-Pecuária" da autoria da Direcção Regional de Pecuária de 2005, nos anos 60 e 70 do século passado, algumas edições da Feira de Gado aconteceram em Santana, em São Vicente e nos Canhas. De 1956 a 1980 este evento denominava-se "Feira de Gado". A partir de 1981 até à presente data, a Feira passou a designar-se "Feira Agro-Pecuária do Porto Moniz". Ao longo dos tempos, tornou-se um ponto de encontro entre produtores pecuários e agrícolas, técnicos dos serviços oficiais e agentes comerciais ligados ao sector. Milhares de visitantes residentes ou forasteiros procuram inteirar-se das últimas novidades e participar na festa. Porque a Feira Agro-Pecuária é um autêntico arraial madeirense, especialmente no domingo, onde muitas famílias aproveitam a visita à Feira, para comer uma espetada acompanhada pela "bebida de arraial" (vinho seco com laranjada) e aí conviverem, num dia diferente. Mais recentemente e porque há sempre lugar para mudanças de hábitos, muitas pessoas dizem que a Feira sem um cachorro-quente da Santagro e uma imperial bem fresquinha, não é Feira! Entre os pavilhões das Direcções Regionais da Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, como as de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Veterinária, Florestas, entre outras, pode constatar o trabalho realizado pelos diversos serviços durante o ano. As empresas que comercializam os factores de produção agrícola e animal, fazem sempre questão de mostrar, o que de mais recente existe. As associações representativas dos agricultores e jovens agricultores marcam presença, quer institucionalmente, quer com os associados que expõem e comercializam os seus produtos. Algumas cooperativas são outros dos habituais expositores. A "II Mostra de Cenoura" com pavilhão próprio é outro dos destaques da Feira, produto agrícola esse, com expressão nos concelhos do Porto Moniz, Calheta e Ponta do Sol. A charola gigante à entrada do recinto e a zona de exposição de animais fazem as delícias de miúdos e graúdos que, não se cansam de os fotografar e filmar, muitos deles emigrantes e turistas que levam estas imagens para paragens muito distantes.
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