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Textos sobre Agricultura madeirense no Diário de Notícias da Madeira (1.ª série, quinzenal - de 9.9.2007 a 13.6.2010; 2.ª série, mensal, de 30.1.2011 a 29.1.2017; 3.ª série, mensal de 26.2.2017 a ...)
Este texto foi publicado no dia 21 de Fevereiro de 2010, na revista "Mais" do Diário de Notícias. Hoje, existe uma maior consciência colectiva sobre a finitude de recursos como o solo e a água, bem como das consequências negativas da produção intensiva, quer seja agrícola, quer seja industrial, no nosso dia-a-dia cada vez mais globalizado. A actividade humana extrema sobre os recursos disponíveis na natureza já acarreta desequilíbrios de diversa ordem à escala mundial, pelo que, também na Agricultura, é uma preocupação constante. Como forma de contribuir para o equilíbrio do meio ambiente, da nossa saúde e segurança alimentar, sem esquecer o rendimento dos agricultores, surge a compostagem. No livro "Compostagem – Utilização de compostos em Horticultura" do Professor Doutor João Guilherme Batista e da Doutora Edite Romana Batista do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, a compostagem é definida como “um processo biológico que assegura a transformação de materiais orgânicos num produto higienizado e rico em compostos húmicos, suficientemente estável para poder ser armazenado, e cuja aplicação aos solos não produza efeitos adversos para o meio ambiente”. Por outras palavras, neste método ocorre a degradação de folhas, aparas de sebes e árvores, relva, flores, restos de verduras e frutas, cascas de ovos trituradas, borra de café, sacos de chá, sobras de pão entre outros resíduos orgânicos, que é efectuada por fungos e bactérias, minhocas e insectos, na presença de oxigénio e num ambiente quente e húmido, modificando a matéria orgânica até à sua estabilização. Esta é realizada num recipiente (compostor) ou num monte e decorre normalmente ao longo de dois a três meses. O composto, de fácil utilização, traz inúmeras vantagens para o sucesso da exploração agrícola, seja no modo de produção biológico ou no convencional. Este derivado da compostagem, acrescenta matéria orgânica e nutrientes ao solo, melhorando a sua fertilidade e prolongando a sua vida. Impede que a água se perca rapidamente nos solos "soltos" (arenosos) e "areja" os terrenos localmente chamados de "massapez" ou "salão" (argilosos), acautelando ainda a erosão dos terrenos. Incorpora bactérias e fungos, que ajudam a transferir os nutrientes que estão no solo para as plantas e diminui o surgimento de pragas e doenças, pois aumenta a resistência das culturas, evitando de modo igual a expansão de ervas daninhas. Caro leitor, se despertei o seu interesse, saiba que há entidades oficiais, que o podem ajudar a obter ou fazer o composto. Pode aceder ao sítio da empresa Valor Ambiente (http://www.valorambiente.pt/gestao-residuos/valorizacao-organica) ou contactar por exemplo, os Serviços de Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária Biológica (291744190) da Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural. Destaco igualmente um interessante livrinho intitulado "João o Agricultor Biológico" da Bacharel em Engenharia Agro-Pecuária, Helena Fagundes, onde se explica às crianças e não só, a compostagem, entre outros assuntos sobre a agricultura biológica.
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