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Textos sobre Agricultura madeirense no Diário de Notícias da Madeira (1.ª série, quinzenal - de 9.9.2007 a 13.6.2010; 2.ª série, mensal, de 30.1.2011 a 29.1.2017; 3.ª série, mensal de 26.2.2017 a ...)
Este texto foi publicado no dia 10 de Janeiro de 2010, na revista "Mais" do Diário de Notícias. O sítio da Caldeira, pertencente à freguesia e concelho de Câmara de Lobos foi e é uma zona agrícola de excelência. O "Elucidário Madeirense" do Pe. Fernando Augusto da Silva e Carlos Azevedo de Meneses, menciona mesmo que, “Câmara de Lobos foi um dos primeiros lugares da Madeira sujeitos a uma imediata exploração agrícola após a descoberta. (...) Várias pessoas de origem nobre tiveram muitas terras de sesmaria e ali instituíram seus vínculos e morgadios. Entre elas podemos citar João Afonso, companheiro de Zarco, e João Caldeira o Velho, que deu o nome ao sítio que ainda hoje se chama do Caldeira”. Naquela localidade, quem passa na via rápida e que não vá a conduzir, pode apreciar o rendilhado de parcelas agrícolas, que no decorrer das estações do ano, apresentam diferentes tonalidades, resultantes dos diferentes cultivos. As hortícolas como o feijão verde e maduro, o brócolo, a couve-flor, a couve repolho, a alface, o pepino, o tomate, a abóbora (tenra e madura) e a cana-de-açúcar são as culturas predominantes. A localização privilegiada e abrigada, bem como a excelente exposição solar do sítio da Caldeira, tornam esta área agrícola numa enorme estufa natural. Ali, o sol surge madrugador e despede-se tardiamente, o que vem favorecer a facilidade em agricultá-lo. Tira-se assim, partido económico da precocidade ou retardamento das hortenses, quando a oferta regional é escassa e a procura é imensa. Estima-se que a Caldeira tenha uma superfície total aproximada de 250.000 m2, ou seja, o equivalente a 25 campos de futebol. A maior fracção dos produtos atrás referidos, são escoados para o Funchal, quer para os Mercados dos Lavradores e da Penteada, quer para a hotelaria e restauração. Trata-se portanto, de uma zona agrícola, que é fornecedora de muitas hortícolas frescas que uma parte significativa da população madeirense consome. Ao longo dos tempos, tem-se verificado uma redução da porção agrícola em prol da construção de novas habitações. Este aspecto é legítimo, pois os seus proprietários e respectivas famílias têm todo o direito em edificar as suas moradias. Porém, é fundamental que essa construção seja moderada, sob pena de vir-se a perder no futuro, uma das paisagens rurais mais características da nossa Região.
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