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Textos sobre Agricultura madeirense no Diário de Notícias da Madeira (1.ª série, quinzenal - de 9.9.2007 a 13.6.2010; 2.ª série, mensal, de 30.1.2011 a 29.1.2017; 3.ª série, mensal de 26.2.2017 a ...)
Este texto foi publicado no dia 9 de Agosto de 2009, na revista "Mais" do Diário de Notícias. Na Região, encontra-se cultivado desde sempre um pouco por toda a parte, sobretudo na costa sul da Madeira, desde o litoral até aos 400 metros de altitude e no Porto Santo. A figueira propaga-se facilmente por estaca, isto é, através de ramos seleccionados de dois a três anos de idade que, quando colocados na terra, acabam por enraizar e dão origem a novas plantas. É frequente ver-se uma figueira na bordadura de um poio com hortícolas ou outras fruteiras, sendo raros os pomares desta espécie. A principal praga desta cultura é a mosca da fruta ou o "bicho" da fruta, como é popularmente conhecido entre nós, sendo que a doença mais representativa é a podridão dos frutos. O figo é um dos frutos desta estação, pois a época de colheita ocorre normalmente nos meses de Julho a Outubro, consoante a localização geográfica, a altitude, as condições climatéricas locais e a variedade. Aqueles frutos que estão prontos a colher em Junho e no final do Verão, designam-se de lampos e vindimos, respectivamente. As variedades locais mais estimadas são a "Doce", a "Branco" e a "Bêbera" branca ou preta, que difere das anteriores por ter uma forma mais alongada. Actualmente, a variedade "Pingo de Mel" tem grande aceitação, por ser produtiva, apresentar calibres maiores e um sabor muito agradável. Este nome deriva do facto que, quando o figo está pronto para ser apanhado, surge no seu ápice uma gota viscosa adocicada proveniente da polpa. A figueira é nativa do Sudoeste Asiático e ao longo dos tempos, difundiu-se pelos países mediterrânicos europeus e pelo norte de África, sendo que no presente, está cultivada em todo o mundo. Segundo estatísticas de 2007 da FAO, o organismo das Nações Unidas para a agricultura e alimentação, o principal produtor mundial é a Turquia, seguido do Egipto, Irão, Argélia e Marrocos, aparecendo o nosso país em 14.º lugar. Como é sabido, a região portuguesa que está mais associada a este fruto, é o Algarve, mas o mesmo existe em todo o território nacional. O figo pode ser saboreado de diversas maneiras. Nesta altura do ano, é comido em fresco, e há quem o coloque por algumas horas no frigorífico, para tornar-se ainda mais refrescante. Nos restantes meses, é possível degustá-lo passado ou seco. Como exemplos disso, subsistem as tradições de consumir-se figos passados no "Pão por Deus" que é festejado no dia 1 de Novembro e na Páscoa. Através dos seus derivados, pode apreciá-lo em "doce" (compota), em vários tipos de bolo, em aguardente, em licor, entre outros. É caso para dizer que, só não come este delicioso fruto, quem não o quer!
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