Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Textos sobre Agricultura madeirense no Diário de Notícias da Madeira (1.ª série, quinzenal - de 9.9.2007 a 13.6.2010; 2.ª série, mensal, de 30.1.2011 a 29.1.2017; 3.ª série, mensal de 26.2.2017 a ...)
Este texto foi publicado no dia 8 de Março de 2009, na revista "Mais" do Diário de Notícias. O México, a Guatemala e as Antilhas (antigas Índias Ocidentais) são as três "casas" do abacate, diferindo umas das outras, através de diversas variedades com características próprias. Ao longo dos tempos, a cultura do abacateiro expandiu-se pelos restantes continentes, em especial, a partir da Califórnia (Estados Unidos da América), na década de 20 do século passado. Actualmente, os principais países produtores são o México, EUA, Israel e África do Sul. Na Europa, existem pomares em Espanha, Itália, Grécia e em Portugal, além da Madeira, o abacate é cultivado no Algarve. Entre nós, chamamos a este fruto, pêra abacate, tendo em conta que a sua forma predominante, é o de uma pêra. Podemos encontrar outros formatos como o oval e o esférico. De acordo com o relatório final de curso do Engenheiro Agrónomo Leandro Aguiar Câmara, "Fruticultura Subtropical na Ilha da Madeira" de 1955 – que cita o Tenente Coronel Alberto Sarmento, ilustre investigador madeirense – a introdução do abacateiro nesta Região deu-se em meados do século XIX, quando um morgado regressado do Pará (Brasil), trouxe uma semente desta espécie. Acrescenta-se ainda que nessa época, esta árvore era mais conhecida como "árvore de sombra", do que propriamente como produtora de frutos. Nos nossos dias, esta fruteira encontra as melhores condições de cultivo até aos 400 metros de altitude na costa sul e os 150 metros na vertente norte, achando-se um pouco por todo o lado, em pés dispersos, alguns deles de grande porte ou em pomares. Os concelhos com maior produção são os de Santana, Funchal, Santa Cruz e Calheta. As variedades de abacate melhor adaptadas às nossas condições de solo e clima, são a "Pinkerton", a "Hass" (conhecida localmente por "israelita") e a "Fuerte", havendo ainda uma grande diversidade de variedades propagadas por semente no decorrer do tempo, com interesse produtivo e comercial. A época de colheita sucede de Outubro até Julho, consoante a variedade, a altitude, a localização geográfica e as condições climatéricas locais. As pragas mais habituais são os ácaros (vulgo "aranhiços") e as cochonilhas e, as doenças mais comuns são as podridões das raízes provocadas pelos fungos Armillaria sp. e Phytophtora sp. No que respeita ao seu consumo, o abacate é utilizado como acompanhamento em pratos de peixe, de carne e em saladas, sendo temperado com azeite, sal ou pimenta, havendo quem o use em vez de manteiga, para barrar o pão. Tradicionalmente na Região, come-se como sobremesa, cortando-o em dois, e adicionando açúcar, mel de cana, mel ou Vinho Madeira, existindo também outros deliciosos derivados como o pudim ou o gelado de abacate.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.