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O Chão da Ribeira

por Agricultando, em 24.01.10

Este texto foi publicado no dia 24 de Janeiro de 2010, na revista "Mais" do Diário de Notícias. No domingo passado realizou-se na freguesia do Seixal, concelho do Porto Moniz, a Festa de Santo Antão, padroeiro daquela localidade. É tradição também, que hoje aconteça lá no sítio do Chão da Ribeira, o "panelo". Segundo um texto publicado no número 9 de Fevereiro de 2008 da "Revista Municipal Porto Moniz", disponível na página da internet daquela Autarquia, conta-se que tudo começou nos anos 40 do século XX, quando um grupo de rapazes, subia a pé àquele vale (não havia estrada), com a finalidade de cuidar dos animais e amanhar os terrenos. Resolveram então juntar umas semilhas, couves e carne de porco acompanhada de vinho e, cozeram os produtos da terra e a carne numa lata, a servir de panela. Surgia assim o "panelo" que tinha lugar durante vários dias de labuta rural. Como facilmente se depreende pelo parágrafo anterior, o "panelo" esteve outrora associado à necessidade das pessoas que trabalhavam no Chão da Ribeira, puderem confeccionar aí o almoço, para que o dia fosse bem aproveitado. Actualmente, perdeu-se esse propósito inicial, mas ganhou-se um arraial "rijo", que ocupa um fim-de-semana inteiro num ambiente predominantemente agrícola. Cabe nesta ocasião mencionar, que o saudoso Senhor Geremias de Sousa, como dirigente autárquico, na década de 90 do século transacto, popularizou e adaptou o "panelo", como é conhecido no presente. É curioso ver neste exemplo, como a agricultura e a gastronomia locais estão interligadas. Aqui, constata-se mais uma vez, que a autenticidade de um prato, ou melhor dizendo, deste evento, apenas é atingida na sua plenitude, quando se usam os produtos da terra e a receita original. É bom que os mesmos se preservem ao longo dos próximos tempos. Uma parte do Chão da Ribeira é Laurissilva, a floresta indígena classificada pela UNESCO, como Património Mundial e a outra é caracterizada por uma vertente agrícola muito vincada. Os terrenos são na sua maioria, cultivados com semilha, couve, batata doce, entre outras hortícolas e algumas fruteiras de clima temperado, havendo algumas áreas reservadas ao pastoreio de gado bovino. É caso para dizer, que a agricultura e a pecuária devidamente ordenadas "convivem" harmoniosamente com a floresta, complementando-se. Importa realçar igualmente, o património edificado, como são os palheiros e os poios armados com as paredes de pedra aparelhada. É importante, que na sua recuperação se mantenha a traça inicial, respeitando dessa maneira, o legado dos nossos antepassados, que utilizavam os materiais que ali existiam. Só desse modo, contribuir-se-á para a manutenção de uma das paisagens campestres mais genuínas da costa norte da Madeira.

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publicado às 17:25


A Caldeira de Câmara de Lobos

por Agricultando, em 10.01.10

Este texto foi publicado no dia 10 de Janeiro de 2010, na revista "Mais" do Diário de Notícias. O sítio da Caldeira, pertencente à freguesia e concelho de Câmara de Lobos foi e é uma zona agrícola de excelência. O "Elucidário Madeirense" do Pe. Fernando Augusto da Silva e Carlos Azevedo de Meneses, menciona mesmo que, “Câmara de Lobos foi um dos primeiros lugares da Madeira sujeitos a uma imediata exploração agrícola após a descoberta. (...) Várias pessoas de origem nobre tiveram muitas terras de sesmaria e ali instituíram seus vínculos e morgadios. Entre elas podemos citar João Afonso, companheiro de Zarco, e João Caldeira o Velho, que deu o nome ao sítio que ainda hoje se chama do Caldeira”. Naquela localidade, quem passa na via rápida e que não vá a conduzir, pode apreciar o rendilhado de parcelas agrícolas, que no decorrer das estações do ano, apresentam diferentes tonalidades, resultantes dos diferentes cultivos. As hortícolas como o feijão verde e maduro, o brócolo, a couve-flor, a couve repolho, a alface, o pepino, o tomate, a abóbora (tenra e madura) e a cana-de-açúcar são as culturas predominantes. A localização privilegiada e abrigada, bem como a excelente exposição solar do sítio da Caldeira, tornam esta área agrícola numa enorme estufa natural. Ali, o sol surge madrugador e despede-se tardiamente, o que vem favorecer a facilidade em agricultá-lo. Tira-se assim, partido económico da precocidade ou retardamento das hortenses, quando a oferta regional é escassa e a procura é imensa. Estima-se que a Caldeira tenha uma superfície total aproximada de 250.000 m2, ou seja, o equivalente a 25 campos de futebol. A maior fracção dos produtos atrás referidos, são escoados para o Funchal, quer para os Mercados dos Lavradores e da Penteada, quer para a hotelaria e restauração. Trata-se portanto, de uma zona agrícola, que é fornecedora de muitas hortícolas frescas que uma parte significativa da população madeirense consome. Ao longo dos tempos, tem-se verificado uma redução da porção agrícola em prol da construção de novas habitações. Este aspecto é legítimo, pois os seus proprietários e respectivas famílias têm todo o direito em edificar as suas moradias. Porém, é fundamental que essa construção seja moderada, sob pena de vir-se a perder no futuro, uma das paisagens rurais mais características da nossa Região.

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publicado às 17:00


O futuro está na Agricultura!

por Agricultando, em 05.01.10

Recebi este vídeo de vários amigos.

Vejam bem e digam lá, se a AGRICULTURA não é TUDO?

 

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publicado às 12:19


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