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A papaia

por Agricultando, em 28.06.09

Este texto foi publicado no dia 28 de Junho de 2009, na revista "Mais" do Diário de Notícias. Na Madeira – à semelhança de outras regiões produtoras mundiais – a papaieira frutifica ao longo do ano, em maior quantidade no Verão, até aos 250 metros de altitude na costa sul, em pés dispersos e em pequenas plantações. Prefere zonas abrigadas dos ventos e temperaturas amenas, superiores a 20ºC, tendo a particularidade de produzir a partir do primeiro ano de plantação. Cultiva-se ao ar livre ou em estufa, sendo que a segunda opção possibilita uma maior uniformidade da produção no decorrer do ano, bem como uma maior longevidade da planta. A sua propagação é obtida através de semente, por estaca e mais recentemente por micro-propagação, isto é, plantas produzidas em laboratório pela Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, a partir de tecidos vegetais seleccionados e que são vendidas na Divisão de Fruticultura. Como é sabido, esta espécie apresenta uma diversidade de tipos diferentes de flores, masculinas, femininas e hermafroditas que se manifestam na mesma papaieira ou em papaieiras diferentes, pelo que é importante adquirir plantas que garantam uma boa produção. No que respeita às doenças que a afectam, a mais prejudicial é a do "vírus-dos-anéis-da-papaieira", que provoca manchas e malformações nas folhas e, manchas em forma de anéis nos frutos e nos "troços" (pecíolos) das folhas. Além disso, a planta atrofia e a qualidade e o tamanho dos frutos diminuem, podendo ocorrer a sua morte. O oídio ou "mangra" como é conhecida entre nós, também surge nas folhas e nos frutos. Quanto às pragas, destacam-se os afídeos ou "piolhos" e os ácaros ou "aranhiços". A papaia que apresenta formas arredondadas ou alongadas, de polpa amarela, laranja ou avermelhada, pode ser saboreada como entrada ou sobremesa. Há quem lhe adicione sumo de limão ou Vinho Madeira, para melhorar o seu paladar. Em alternativa ao seu consumo em fresco, é possível apreciá-la transformada, num apetecível sumo, pudim, gelado ou "doce" (compota). Noutras zonas do mundo, utilizam-se as folhas para envolver uma peça de carne, tornando-a mais tenra. As folhas ao serem amarradas, partem-se e libertam uma seiva leitosa, que contém uma enzima, a papaína, que é responsável por essa tenrura. A papaína, também presente em elevados teores na casca dos frutos verdes, tem inúmeras aplicações na indústria farmacêutica e alimentar. No livro "A Aventura das Plantas e os Descobrimentos Portugueses" do Professor Engenheiro José Mendes Ferrão, atribui-se a origem da papaieira, às regiões andinas de altitudes médias da zona tropical. Nesta obra, aponta-se que “os portugueses, que acabaram por apreciar esta fruta, a introduziram em África e na Índia”. O Brasil é o principal produtor e exportador mundial. No continente americano, o México é outro dos países com uma produção assinalável, enquanto que em África é o Zaire e na Ásia, são a Índia e a Indonésia.

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publicado às 17:15


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